quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sobre o Surrealismo

"O surrealismo sempre cortejou acidentes, deu boas-vindas ao que não é convidado, lisonjeou presenças turbulentas. O que poderia ser mais surreal do que um onjeto que praticamente produz a si mesmo, e com o mínimo de esforço?"

Esse trecho do livro Sobre Fotografia de Susan Sotag demonstra como o surrealismo se situa no coração da atividade fotográfica. Dito isso, é feita uma análise de que a manipulação fotográfica com fins de a afastar do real (se tornando surreal), é desnecessária, se não, reduntante. Diferente de outras artes plásticas, como a escultura ou a pintura, onde o artista tem o controle do que será o final de sua obra, na fotografia, existe uma mítica cooperação entre o fotógrafo e o tema.

O surreal pode estar então em nossa psique, se pensarmos que nosso olhar é direcionado pelo inconsciente, na relação mística com o objeto ou no fator do acasso, onde a surpressa sempre pode aparecer nesse arte.

Fiz essa foto sem qualquer pretenção, achei interessante a disposição dos objetos e só, mas me apareceu algo sombrio, como se fugisse da realidade (como aquela fita do "O Chamado"). Então penso que o carater surreal dessa imagem é um misto do que observei com a própria emanação do tema, o que me fugiu.

Cultura Nordestina no Rio 2

(Deu erro as fotos no post abaixo, então vou colocá-las nesse)

A Feira, principalmente de noite, fornece ambientes bem exclusivos para fotografia, muitas cores fortes nas lojas que realçam com as lâmpadas quentes de luz direta. Para quem gosta de fotografar com luz natural e não liga para fotos tremidas, podem ser feitas coisas bem interessantes.




Cultura Nordestina no Rio

Um dos lugares que mais gostei de fotografar no Rio de Janeiro foi a Feira de São Cristovão, o qual sempre considerei um lugar a parte da cidade, provando que o que faz cultura é muito menos o investimento ou o espaço do que as pessoas. Além de que a fidelidade que o espaço mantém à sua proposta vai além do "para gringo ver", atraindo pessoas de segunda a segunda, para os shows de forró, degustar a "leve" comida nordestina, tomar uma cerveja ou arriscar àquelas cachaças de origem duvidosa.

Mas o que mais gosto de lá, (além do espírito árabe de negociar tudo) é a disputa dos tradicionais repentistas.


O Forró também é muito legal para dançar ou apenas observar.

A Irônia

Sempre gostei da irônia na fotografia e como ela é capaz de captá-la, também sempre achei que um bom fotografo era o que conseguia perceber nas situações cotidianas os contrastes, eles transformam a foto em um discurso. Custódio Coimbra, do O Globo é meu fotografo preferido da atualidade, por ele ter esse dom como nenhum outro. Eis duas foto dele:


Nessa forma de ver que eu comecei a me espelhar e isso é um exercício interessante, ao andar na rua você começa a ver as coisas diferentes, antes era a simetria, a linearidade, agora dou valor ao diferente, ao sobreposto. A irônia, como um discurso político, social ou ambiental (nesse caso) deve ser levada a sério, mas pode também ser confundida com o cômico. Pois penso que pessoas que não são acostumadas com o diferente, não conseguem enxergar por tras da estranheza que a foto pode causar, nessa foto de Evandro Monteiro por exemplo:
Ela já era conhecida por mim, uma de minhas favoritas no site Olhares.com (alias, vale a pena conferir esse site), quando a vi em algum blog aleatório seguida de farias risadas e comentarios cômicos, nada contra (minto), porque a cômedia não me incomoda e sim a falta de percepção da imagem.

Contudo, esse é um contraste bem social, não tenho muita pretensão no social, mas gosto dos significados contrarios, dos absurdos e do movimento.